Entre os dias 30 e 31 de outubro, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) realizou, na sede do 15 BBM em Rio do Sul, o exercício de certificação das Forças-Tarefas (FTs) da 2ª Região Bombeiro Militar (RBM). A atividade teve como foco o aperfeiçoamento das técnicas de resposta em áreas deslizadas — cenários que exigem precisão, coordenação e alta capacidade técnica das equipes.
Participaram do exercício as Forças-Tarefa de Rio do Sul, Lages, Curitibanos e Canoinhas, compostas por bombeiros militares especialistas em busca, resgate e salvamento em situações de desastre. O treinamento avaliou a prontidão operacional, a capacidade técnica e o emprego dos equipamentos utilizados nessas ocorrências, simulando cenários próximos à realidade.
Durante o exercício, foram aplicadas duas técnicas principais: o uso de minirretroescavadeiras para movimentação de materiais e remoção de detritos, e o desmanche hidráulico — técnica derivada da mineração, adaptada pioneiramente pelo CBMSC para operações de deslizamentos, em 2008, durante o desastre do Morro do Baú. Desde então, ela vem sendo utilizada em diversas partes do país por corporações de bombeiros.
No treinamento, os integrantes das FTs precisaram utilizar motobombas para captação de água do Rio Itajaí-Açu e aplicar o desmanche hidráulico em um cenário que simulava o soterramento de um veículo com vítimas.
O major Alan Delei Cielusinsky, presidente da Coordenadoria de Deslizamentos, destacou a importância desse tipo de capacitação.
"Esse exercício faz parte de uma política de comando voltada ao fortalecimento das Forças-Tarefa. As técnicas abordadas são amplamente utilizadas em situações de desastre. O uso das minirretroescavadeiras, por exemplo, foi aplicado em Petrópolis e no Rio Grande do Sul, quando levamos nosso equipamento para atuar nas buscas por vítimas no Vale do Taquari", explicou.
O major Marcelo Della Giustina da Silva, presidente da Coordenadoria de Força-Tarefa, ressaltou que os treinamentos são planejados conforme as características de cada região do Estado, abrangendo diferentes tipos de cenários.
"As Forças-Tarefa têm como foco a atuação em desastres. Cada exercício regional é adaptado à realidade local: na 1ª RBM, por exemplo, o foco foi inundações e enxurradas; na 3ª RBM, incêndios florestais; e aqui, na 2ª RBM, áreas deslizadas. Esses exercícios são essenciais à nossa atividade, pois só sabemos que estamos prontos quando testamos nossas equipes e nossos equipamentos. Eles são o momento ideal para avaliar capacidades e fazer ajustes, tanto nas doutrinas operacionais quanto na parte logística", destacou.