Um levantamento realizado pela Divisão de Perícias de Incêndio do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina aponta que 60% dos incêndios em edificações, no ano passado, aconteceram em residências unifamiliares, ou seja, em casas. Dos 1.311 casos de incêndios em edificações investigados, 781 atingiram moradias que, pela legislação, não são objetos de fiscalização do Corpo de Bombeiros Militar para serem construídas.
O número é alarmante se considerarmos que apenas 84 casos foram registrados em residências multifamiliares, ou seja, em condomínios, os quais necessitam de vistorias e de aprovação prévia de projetos preventivos contra incêndios. Outro dado interessante apontado pela estudo da Divisão de Perícias de Incêndios é com relação às causas dos incêndios periciados. Em quase 69% dos casos, o fogo começou por interferência humana, seja esta de forma direta, geralmente com dolo, ou indireta, neste caso, por negligência, imperícia ou imprudência nas instalações elétricas ou uso inadequado de eletrodomésticos nas casas, por exemplo.
Para o chefe da Divisão de Perícias de Incêndios, Major Deivid Vidal, é preciso que as pessoas tenham ciência da importância de tomarem atitudes preventivas e de segurança contra incêndios dentro de suas casas. “Um eletrodoméstico esquecido ligado, uma tomada de energia com sobrecarga ou mesmo o incorreto uso de um fogão à lenha/lareira , podem ser o início de um incêndio de grandes proporções e com perdas irreparáveis,” explica. Neste sentido, o levantamento do setor pericial também apontou quais os principais causadores de incêndios. Os casos mais comuns, detectados nos casos periciados é o início das chamas e sua propagação a partir de descuidos relacionados com o manuseio de fogões à lenha, fósforos, além de velas esquecidas acesas, e ainda incêndios gerados por crianças não supervisionadas que brincavam com fogo. Situações ligadas a problemas com eletricidade como super aquecimento em fritadeiras e aquecedores elétricos, de sobrecargas elétricas e curtos-circuitos em tomadas, ventiladores, máquinas de lavar roupas, chuveiros e geladeiras, vêm logo em seguida como os principais causadores de incêndios.
O estudo pericial é fundamental para que a instituição conheça e possa tipificar os incêndios ocorridos, na missão de atuar preventivamente. “É conhecendo as causas e recorrências de incêndios, estudando e observando a eficácia dos sistemas de segurança contra incêndios, avaliando o correto uso de técnicas de combate a incêndios, que podemos reavaliar nossa atividade dando continuidade e ampliando a atuação preventiva, instruindo a comunidade e zelando pela vida alheia, mantendo sempre a filosofia de que não há mérito em combater um incêndio que poderia ter sido evitado,” conclui.